A SÍNDROME DE BURNOUT E SUAS
CONSEQUÊNCIAS NOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM[1].
Wigna Santos e Marta Sangela[2]
A síndrome de Burnout (SB), ou síndrome do esgotamento
profissional, é um distúrbio psíquico intimamente ligado à vida
profissional, descrito em 1974 por
Freudenberger, um médico americano. Nos últimos anos o número de trabalhadores que apresentam essa
síndrome tem aumentado gradativamente. Devido a este fato, foi escolhido o
referido tema com a finalidade de levantar informações sobre a síndrome de
Burnout e suas consequências nos profissionais
de enfermagem.
Mas
o que é a síndrome de Burnout? É um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e
mental intenso acompanhada de falta de realização profissional e da sensação de que
todos os objetivos profissionais, a que o indivíduo se propôs, falharam.
Vivemos
em um mundo onde o mercado de trabalho é cada vez mais competitivo e exaustivo,
devido a isso não é raro ouvirmos entre o nosso circulo familiar, de amigos ou
mesmo conhecidos a expressão: “Estou esgotado”.
Isto ocorre devido ao fato de nos dias de hoje existir cada vez mais
exigência quanto à qualificação e as competências do trabalhador, e essas
exigências são ainda maiores nos serviços de saúde, pois esta profissão tem em
sua essência, o cuidado ao paciente e o contato direto com seus familiares.
Entre as profissões em que o Burnout é mais incidente, encontram-se aquelas em
que existe o cuidado e a ajuda aos outros, como é o caso dos médicos,
enfermeiros, entre algumas outras profissões.
A
enfermagem é a quarta profissão mais estressante do setor público devido ao
excesso de atividades, dificuldades em delimitar os diferentes papeis entre
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, falta de reconhecimento, alta
carga emocional, além dos baixos salários que agrava a situação exigindo que os
profissionais tenham mais de um trabalho resultando em uma carga mensal longa e
exaustiva, tudo isso sugere um quadro favorável ao desenvolvimento da SB. O
profissional que apresenta a SB perde a capacidade de compreender o sentimento
ou reação da outra pessoa, não consegui compreender emocionalmente o outro e
não se deixa envolver com os problemas e as dificuldades dos outros, é como se
ele estivesse em contato com objetos, ou seja, a relação torna-se desprovida de
calor humano, não tem empatia. O profissional afetado também, se sente exausto,
frequentemente está doente, sofre de insônia, úlcera, dores de cabeça,
problemas relacionados à pressão sanguínea, tensão muscular e fadiga crônica. Estes sintomas físicos, comportamentais, psíquicos e defensivos,
são bem preocupantes porque afeta negativamente a qualidade dos cuidados de
enfermagem aos pacientes, familiares e intuição. Os danos causados podem ser
fatais.
É necessário combater esta síndrome, e uma das formas de evitar a
SB é os profissionais conhecerem os seus limites e respeitá-los. Respeitar a
carga horária, aceitando qual o seu limite, Não se ocupar com mais de um
serviço, que possa vir a quem da sua capacidade, Devem-se permitir ao lazer,
Sair da rotina trabalho-trabalho, Realizar coisas que lhe dê prazer. O
profissional deve estar sempre priorizando as coisas importantes e descartando
as que não lhe favoreçam o completo bem estar. Outro fator importante é a
intervenção organizacional, pois é dever do empregador, previsto no art. 170,
da constituição da Republica Federativa do Brasil, zelar para que haja um
ambiente de trabalho sadio e respeitar o trabalhador na condição de pessoa
humana.
É
necessário também que aconteça debates com
a finalidade de fornecer mais informações sobre esta síndrome e também com a finalidade de
buscar alternativas que possam dizimar ou diminuir os riscos para o
desenvolvimento da SB. Contudo, concluímos que a SB pode ser
evitada, desde que as instituições e também os profissionais se interessem em
buscar soluções.
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