sexta-feira, 9 de novembro de 2012


A SÍNDROME DE BURNOUT E SUAS CONSEQUÊNCIAS NOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM[1].

                            
Wigna Santos e Marta Sangela[2]


            A síndrome de Burnout (SB), ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico intimamente ligado à vida profissional, descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. Nos últimos anos o número de trabalhadores que apresentam essa síndrome tem aumentado gradativamente. Devido a este fato, foi escolhido o referido tema com a finalidade de levantar informações sobre a síndrome de Burnout e suas consequências nos profissionais de enfermagem.
Mas o que é a síndrome de Burnout? É um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso acompanhada de falta de realização profissional e da sensação de que todos os objetivos profissionais, a que o indivíduo se propôs, falharam.
Vivemos em um mundo onde o mercado de trabalho é cada vez mais competitivo e exaustivo, devido a isso não é raro ouvirmos entre o nosso circulo familiar, de amigos ou mesmo conhecidos a expressão: “Estou esgotado”.  Isto ocorre devido ao fato de nos dias de hoje existir cada vez mais exigência quanto à qualificação e as competências do trabalhador, e essas exigências são ainda maiores nos serviços de saúde, pois esta profissão tem em sua essência, o cuidado ao paciente e o contato direto com seus familiares. Entre as profissões em que o Burnout é mais incidente, encontram-se aquelas em que existe o cuidado e a ajuda aos outros, como é o caso dos médicos, enfermeiros, entre algumas outras profissões.
            A enfermagem é a quarta profissão mais estressante do setor público devido ao excesso de atividades, dificuldades em delimitar os diferentes papeis entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, falta de reconhecimento, alta carga emocional, além dos baixos salários que agrava a situação exigindo que os profissionais tenham mais de um trabalho resultando em uma carga mensal longa e exaustiva, tudo isso sugere um quadro favorável ao desenvolvimento da SB. O profissional que apresenta a SB perde a capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa, não consegui compreender emocionalmente o outro e não se deixa envolver com os problemas e as dificuldades dos outros, é como se ele estivesse em contato com objetos, ou seja, a relação torna-se desprovida de calor humano, não tem empatia. O profissional afetado também, se sente exausto, frequentemente está doente, sofre de insônia, úlcera, dores de cabeça, problemas relacionados à pressão sanguínea, tensão muscular e fadiga crônica. Estes sintomas físicos, comportamentais, psíquicos e defensivos, são bem preocupantes porque afeta negativamente a qualidade dos cuidados de enfermagem aos pacientes, familiares e intuição. Os danos causados podem ser fatais.
         É necessário combater esta síndrome, e uma das formas de evitar a SB é os profissionais conhecerem os seus limites e respeitá-los. Respeitar a carga horária, aceitando qual o seu limite, Não se ocupar com mais de um serviço, que possa vir a quem da sua capacidade, Devem-se permitir ao lazer, Sair da rotina trabalho-trabalho, Realizar coisas que lhe dê prazer. O profissional deve estar sempre priorizando as coisas importantes e descartando as que não lhe favoreçam o completo bem estar. Outro fator importante é a intervenção organizacional, pois é dever do empregador, previsto no art. 170, da constituição da Republica Federativa do Brasil, zelar para que haja um ambiente de trabalho sadio e respeitar o trabalhador na condição de pessoa humana.            
            É necessário também que aconteça debates com a finalidade de fornecer mais  informações sobre esta síndrome e também com a finalidade de buscar alternativas que possam dizimar ou diminuir os riscos para o desenvolvimento da SB.  Contudo, concluímos que a SB pode ser evitada, desde que as instituições e também os profissionais se interessem em buscar soluções.



[1] Texto de opinião produzido na Disciplina Leitura e Produção Textual Ministrada pelo Professor Tinoco Luna
[2] Alunos do 2º período “C” do Curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ)


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