O PROFISSIONAL DE SAÚDE CUIDA DO
PACIENTE: E quem cuida do profissional de saúde?[1]
Ricarlos
Fiúza e Luíza de Marilac[2]
Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), saúde não é apenas a ausência de patologias, mas também as
condições sociais em que vivem as pessoas. E nesse contexto, direcionamos a
nossa linha de pensamento à situação de assistência ao profissional na área da
saúde. Neste sentido, apresentamos deficiências no que se refere à carga
horária de trabalho, às condições de alimentação, à falta de equipamentos de
proteção individual ( EPI’s), à remuneração e ao ambiente de trabalho.
Diante da apresentação desses fatores
que se expressam no cotidiano dos profissionais de saúde, imaginamos as
dificuldades do dia a dia, existentes em seus procedimentos e sua rotina de
trabalho. Esses profissionais têm como prioridade o cuidar, a atenção voltada ao
cliente e todas as suas técnicas e experiências voltadas ao serviço do bem
estar e da cura para quem tanto precisa. Porém, também notamos que não há
prioridade de atenção ao próprio
profissional de saúde, e nesse caso, como este irá cuidar de alguém, se muitas
vezes nem sequer dispõe de sua própria
saúde para trabalhar? Muito se tem ouvido falar sobre reclamações por
parte de profissionais de saúde, principalmente os de nível médio, a respeito
da carga horária de trabalho que, de fato, é extensa e cansativa.
Na maioria das vezes, o funcionário
da saúde nem ao menos recebe uma alimentação adequada, sendo que esta é que lhe
fornece a energia e a disposição
necessária e fundamental para que realize as suas atividades com vigor. Em
anexo a esta situação, vale ressaltar a pouca remuneração que recebem, o que se
agrava pelo fato de trabalharem com materiais insalubres, perfúreo-cortantes,
lixo biológico e etc.
Para agravar a situação, muitas vezes
a questão de segurança do trabalho é ignorada pelos representantes das
instituições, quando permitem a
permanência de estruturas incompatíveis com o trabalho de saúde, e até
mesmo a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), fato inadmissível.
Qualquer pessoa que necessite de atendimento em uma unidade de saúde pública,
poderá conferir de perto que, em alguns casos os profissionais trabalham de
forma improvisada para que não haja a interrupção do atendimento.
Então, para que possa cuidar de
alguém, o profissional de saúde precisa ser cuidado, precisa ter condições
físicas e psicológicas para que possa trabalhar, precisa receber um salário
digno pela importante função que desempenha e precisa ter um ambiente de
trabalho não luxuoso, mas equipado e aconchegante, para que seu cliente seja de
fato bem cuidado. Há de existir, no sistema de saúde tanto no público como no
privado, um dispositivo de assistência integral aos funcionários,
principalmente para os de nível médio e técnicos que são os que mais sofrem.
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