quarta-feira, 7 de novembro de 2012


O PROFISSIONAL DE SAÚDE CUIDA DO PACIENTE: E quem cuida do profissional de saúde?[1]

Ricarlos Fiúza e Luíza de Marilac[2]

          Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde não é apenas a ausência de patologias, mas também as condições sociais em que vivem as pessoas. E nesse contexto, direcionamos a nossa linha de pensamento à situação de assistência ao profissional na área da saúde. Neste sentido, apresentamos deficiências no que se refere à carga horária de trabalho, às condições de alimentação, à falta de equipamentos de proteção individual ( EPI’s), à remuneração e ao ambiente de trabalho.
          Diante da apresentação desses fatores que se expressam no cotidiano dos profissionais de saúde, imaginamos as dificuldades do dia a dia, existentes em seus procedimentos e sua rotina de trabalho. Esses profissionais têm como prioridade o cuidar, a atenção voltada ao cliente e todas as suas técnicas e experiências voltadas ao serviço do bem estar e da cura para quem tanto precisa. Porém, também notamos que não há prioridade de atenção  ao próprio profissional de saúde, e nesse caso, como este irá cuidar de alguém, se muitas vezes nem sequer dispõe de sua própria  saúde para trabalhar? Muito se tem ouvido falar sobre reclamações por parte de profissionais de saúde, principalmente os de nível médio, a respeito da carga horária de trabalho que, de fato, é extensa e cansativa.
          Na maioria das vezes, o funcionário da saúde nem ao menos recebe uma alimentação adequada, sendo que esta é que lhe fornece  a energia e a disposição necessária e fundamental para que realize as suas atividades com vigor. Em anexo a esta situação, vale ressaltar a pouca remuneração que recebem, o que se agrava pelo fato de trabalharem com materiais insalubres, perfúreo-cortantes, lixo biológico e etc.
          Para agravar a situação, muitas vezes a questão de segurança do trabalho é ignorada pelos representantes das instituições, quando permitem a  permanência de estruturas incompatíveis com o trabalho de saúde, e até mesmo a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), fato inadmissível. Qualquer pessoa que necessite de atendimento em uma unidade de saúde pública, poderá conferir de perto que, em alguns casos os profissionais trabalham de forma improvisada para que não haja a interrupção do atendimento.
          Então, para que possa cuidar de alguém, o profissional de saúde precisa ser cuidado, precisa ter condições físicas e psicológicas para que possa trabalhar, precisa receber um salário digno pela importante função que desempenha e precisa ter um ambiente de trabalho não luxuoso, mas equipado e aconchegante, para que seu cliente seja de fato bem cuidado. Há de existir, no sistema de saúde tanto no público como no privado, um dispositivo de assistência integral aos funcionários, principalmente para os de nível médio e técnicos que são os que mais sofrem.



[1] Texto de opinião produzido na Disciplina Leitura e Produção Textual Ministrada pelo Professor Tinoco Luna

[2] Alunos do 2º período “C” do Curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ)

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